jueves, 30 de junio de 2011

AHORA ES AHORA



Dame los buenos días con tu pubis

y tus brazos que me salvan del mundo. 
No hables de propiedad, aunque me tengas,
empújame solo físicamente.


Mi vida no es de nadie, te la presto.
Si un día no te sirve, no la ensucies, 
no la tires, devuélvesela al viento,
entrégasela al mar y a las hogueras.


Las canciones sobreviven sin besos,
nadie consigue ocuparlas enteras,
ni los poemas son de un solo uso,
no son estatuas, comen, se resfrían...
cuando les echas cuentas, han crecido, 
han mudado la piel como serpientes,
o los ha descompuesto
el moho de la lógica.


Por eso, si te quedas, cantaremos, 
será la mejor forma de ver que caminamos
desafiando viejas definiciones,
por lineas paralelas que se cruzan
avanzando hacia donde ya estamos, 
dando largas al tiempo y al futuro...


Y si no, soñaremos en los territorios
que habitamos ahora, ni tuyos ni míos,
sino de nuestra mezcla, la que va a deshacerse.


Vendrán dias finales en los que solo importe
el placer de los sueños que vivimos despiertos.
Por eso, buenos días te desean mis brazos 
y el cuerpo que te empuja solo físicamente.

lunes, 27 de junio de 2011

LOS SUEÑOS DE TOM JOBIM



O BOTO
Nova Banda – O Boto

Na praia de dentro tem areia
Na praia de fora tem o mar
Um bôto casado com sereia
Navega num rio pelo mar
O corpo de um bicho deu na praia
E a alma perdida quer voltar
Caranguejo conversa com arraia
Marcando a viagem pelo ar
Ainda ontem vim de lá do Pilar
Ainda ontem vim de lá do Pilar
Já tô com vontade de ir por aí
Ontem vim de lá do Pilar
Ontem vim de lá do Pilar
Com vontade de ir por aí
Na ilha deserta o sol desmaia
Do alto do morro vê-se o mar
Papagaio discute com jandaia
Se o homem foi feito pra voar
Cristina, Cristina
Cristina, Cristina
Desperta, desperta
Desperta, desperta
Vem cá
ah - ah
(orquestra)
Inhambu cantou lá na floresta
E o velho jereba fêz-se ao ar
Sapo querendo entrar na festa
Viola pesada pra voar
Ainda ontem etc...
Ontem vim etc...
Camiranga urubu mestre do vento
Urubu caçador mestre do ar
Urutau cantando num lamento
Pra lua redonda navegar
Ainda ontem etc...
Ontem vim etc...
ah - ah
Na enseada negra vista em sonho
Dorme um veleiro sobre o mar
No espelho das aguas refletido
Navega um veleiro pelo ar




BORZEGUIM



Borzeguim, deixa as fraldas ao vento
E vem dançar
E vem dançar
Hoje é sexta-feira de manhã
Hoje é sexta-feira
Deixa o mato crescer em paz
Deixa o mato crescer
Deixa o mato
Não quero fogo, quero água
(deixa o mato crescer em paz)
Não quero fogo, quero água
(deixa o mato crescer)
Hoje é sexta-feira da paixão sexta-feira santa
Todo dia é dia de perdão
Todo dia é dia santo
Todo santo dia
Ah, e vem João e vem Maria
Todo dia é dia de folia
Ah, e vem João e vem Maria
Todo dia é dia
O chão no chão
O pé na pedra
O pé no céu
Deixa o tatu-bola no lugar
Deixa a capivara atravessar
Deixa a anta cruzar o ribeirão
Deixa o índio vivo no sertão
Deixa o índio vivo nu
Deixa o índio vivo
Deixa o índio
Deixa, deixa
Escuta o mato crescendo em paz
Escuta o mato crescendo
Escuta o mato
Escuta
Escuta o vento cantando no arvoredo
Passarim passarão no passaredo
Deixa a índia criar seu curumim
Vá embora daqui coisa ruim
Some logo
Vá embora
Em nome de Deus é fruta do mato
Borzeguim deixa as fraldas ao vento
E vem dançar
E vem dançar
O jacu já tá velho na fruteira
O lagarto teiú tá na soleira
Uirassu foi rever a cordilheira
Gavião grande é bicho sem fronteira
Cutucurim
Gavião-zão
Gavião-ão
Caapora do mato é capitão
Ele é dono da mata e do sertão
Caapora do mato é guardião
É vigia da mata e do sertão
(Yauaretê, Jaguaretê)
Deixa a onça viva na floresta
Deixa o peixe n'água que é uma festa
Deixa o índio vivo
Deixa o índio
Deixa
Deixa
Dizem que o sertão vai virar mar
Diz que o mar vai virar sertão
Deixa o índio
Dizem que o mar vai virar sertão
Diz que o sertão vai virar mar
Deixa o índio
Deixa
Deixa




MATITA PERE



No jardim das rosas


De sonho e medo
Pelos canteiros de espinhos e flores
Lá, quero ver você
Olerê, Olará, você me pegar
Madrugada fria de estranho sonho
Acordou João, cachorro latia
João abriu a porta
O sonho existia
Que João fugisse
Que João partisse
Que João sumisse do mundo
De nem Deus achar, Ierê
Manhã noiteira de força viagem
Leva em dianteira um dia de vantagem
Folha de palmeira apaga a passagem
O chão, na palma da mão, o chão, o chão
E manhã redonda de pedras altas
Cruzou fronteira de servidão
Olerê, quero ver
Olerê
E por maus caminhos de toda sorte
Buscando a vida, encontrando a morte
Pela meia rosa do quadrante Norte
João, João
Um tal de Chico chamado Antônio
Num cavalo baio que era um burro velho
Que na barra fria já cruzado o rio
Lá vinha Matias cujo o nome é Pedro
Aliás Horácio, vulgo Simão
Lá um chamado Tião
Chamado João
Recebendo aviso entortou caminho
De Nor-Nordeste pra Norte-Norte
Na meia vida de adiadas mortes
Um estranho chamado João
No clarão das águas
No deserto negro
A perder mais nada
Corajoso medo
Lá quero ver você
Por sete caminhos de setenta sortes
Setecentas vidas e sete mil mortes
Esse um, João, João
E deu dia claro
E deu noite escura
E deu meia-noite no coração
Olerê, quero ver
Olerê
Passa sete serras
Passa cana brava
No brejo das almas
Tudo terminava
No caminho velho onde a lama trava
Lá no todo-fim-é-bom
Se acabou João
No Jardim das rosas
De sonho e medo
No clarão das águas
No deserto negro
Lá, quero ver você
Lerê, lará
Você me pegar




GABRIELA

Vim do norte vim de longe
De um lugar que ja nem há
Vim dormindo pela estrada
Vim parar neste lugar
Meu cheiro é de cravo
Minha cor de canela
A minha bandeira
É verde e amarela
Pimenta de cheiro
Cebola em rodela
Um beijo na boca
Feijão na panela
Gabriela
Sempre Gabriela
Passei um café inda escuro
E logo me pus a caminho
Eu quero rever Gabriela
De novo provar seu cheirinho
Manhã bem cedinho na mata
O sol derramou seu carinho
Um brilho na folha da jaca
Pensei em rever meu benzinho
Gabriela
Se ainda sobrasse um dinheiro
Podia comprar-te um vestido
E mais um vidrinho de cheiro
Contar-te um segredo no ouvido
Te trouxe um anel verdadeiro
Sonhei que era teu preferido
Pensei, pensei tanta coisa
Ah, me deixa ser teu marido
Pensei, pensei tanta coisa
Queria casar-me contigo
Gabriela
Gabriela
Todos os dias esta saudade
Felicidade cadê você
Já não consigo viver sem ela
Eu vim à cidade pra ver Gabriela
Tenho pensado tanto na vida
Volta bandida mata essa dor
Volta pra casa, fica comigo
Eu te perdôo com raiva e amor
Chega mais perto, moço bonito
Chega mais perto meu raio de sol
A minha casa é um escuro deserto
Mas com você ela é cheia de sol
Molha a tua boca na minha boca
A tua boca é meu doce é meu sal
Mas quem sou eu nesta vida tão louca?
Mais um palhaço no teu carnaval
Casa de sombra vida de monge
Quanta cachaça na minha dor
Volta pra casa, fica comigo
Vem que eu te espero tremendo de amor
Em noite sem lua, pulei a cancela
Cai do cavalo, perdi Gabriela
Oh lua de cera, oh lua singela
Lua feiticeira cadê Gabriela?
Ontem vim de lá do Pilar
Inda ontem vim lá do Pilar
Já tô com vontade de ir por aí
Ontem vim de lá
Inda ontem vim de lá
Já tô com vontade de ir por aí
E na corda da viola todo mundo sambar
E na corda da viola todo mundo sambar
Todo mundo sambar
Todo mundo sambar quebra pedra....



Ney Matogrosso – Tema De Amor De Gabriela


Brazilian Tropical Orchestra – Gabriela


Zezé Motta – Gabriela

viernes, 24 de junio de 2011

AMOR?



Amor? tremendo lío! ¿quien lo entiende?
Cuando lo cuidas, huye y se agazapa.
Si logras olvidar, salta y te atrapa, 
no encontrarás la paz si de él depende.

El mapa de su incierto territorio, 
hecho de dunas, siempre en movimiento,
cartógrafos y luz de entendimiento
lo sitúan cercano al purgatorio.

¿Quien quiere poseer lo inconsistente?
De la felicidad no existe mapa,
no existe la emoción si es permanente.

Si tu dicha del laberinto escapa,
querrá otra vez llevarte la corriente,
querrá el amor tenerte en otra etapa.

EL DESEO



Madre, creo que ya comprendo,

pero si me lo hubieras dicho antes,

me habrías ahorrado sufrimientos.

¿O es que no hay otra forma de aprender
que no consuma el vigor de tantos años?

Cinco sentidos que poco o nada mienten, 
y uno traidor que conduce la inocencia
a los más bellos e injustos precipicios.

Natura, los ojos, la nariz, las manos, 
la boca de besar y los abrazos,
siempre escuchando confiadamente
al sexto hermano, al impostor risueño.

¿Ha de ser siempre así? dime ¿hasta cuando?
¿De que le sirve al viejo esta sabiduría
cuando su carne
ya no provoca sueños?

ya casi no arde,
ya solo corazón.

POR ESO



Porque sigues de pié
y caminas con todas tus grietas,
y te levantas de las pequeñas muertes.

Porque periódicamente te levantas
y no renuncias ni al amor ni al olvido,
y no repudias la taberna ni el gimnasio.

Porque amas sin destino, sin nombre,
y no castigas al corazón ingenuo,
y tu mente no abusa de su rango.

Porque fabricas sueños y alimentos,
y te alimentas de los sueños recibidos,
y de tus sueños alimentas a quien busca.

Por eso me levanto
y estoy de pié a tu lado, 
y te amo sin pensarlo,
y fabricamos días, años, vidas...

martes, 21 de junio de 2011

VEN




Ven,
dame la poesía de un plato caliente,
tengo una melodía para ti.

Juntaré leña, 
haré una lumbre y la contemplaremos,
te pediré refugio
en el silencio elocuente de tus ojos.
En mi tendrás tu casa.

Otro día
traeré un atardecer de mar cobrizo,
trae tu luego jazmines
fundidos en el aire salino de la noche.
Después caminaremos de la mano,
blandamente en lo oscuro,
y un golpe de luna repentino,
un fuego de cosquillas
blanco y mentolado
recorrerá tus huesos y los míos,
convertirá en escarcha los propósitos firmes,
y en miel cálida y alegre nuestra piel.

Si te quedas,
cultivaremos un huerto de caricias
de todas las especies que nos gusten.

FLOR DE EXPERIENCIA




Eres luz y eres sombra, eres rocío
con tibieza de sol horizontal,
carícia verde, beso mineral,
dulzura y sal de unión del mar y el río.

Te soñó así mi fugaz albedrío,
¡qué desafío en mi edad otoñal
mudar en bálsamo el cruel temporal
que desató en mi tu corazón frío!

La flor madura, antes de su final,
en fruto o en marchito desvarío.
El río recompone su caudal.

Después de ti, yo recompongo el mío.
Avanzo sobre lo que hicimos mal,
de lo que antes lloré, ahora me río.

sábado, 18 de junio de 2011

CORRENTEZA

La gran música de Jobim que el gran público no conoce.












A correnteza do rio vai levando aquela flor
O meu bem já está dormindo
zombando do meu amor
zombando do meu amor
Na barranceira do rio o ingá se debruçou
E a fruta que era madura
a correnteza levou
a correnteza levou
a correnteza levou, ah
E choveu uma semana e eu não vi o meu amor
O barro ficou marcado aonde a boiada passou
Depois da chuva passada céu azul se apresentou
Lá na beira da estrada vem vindo o meu amor
vem vindo o meu amor
vem vindo o meu amor
Ôu dandá, ôu dandá, ôu dandá, ôu dandá
E choveu uma semana e eu não vi o meu amor
O barro ficou marcado aonde a boiada passou
A correnteza do rio vai levando aquela flor
E eu adormeci sorrindo
Sonhando com nosso amor
Sonhando com nosso amor
Sonhando...

domingo, 12 de junio de 2011

O PODER DA CRIAÇÃO

UN SAMBA QUE HABLA DE LA CREACIÓN, NO DE AQUELLA DE LAS VIEJAS LEYENDAS RELIGIOSAS, SINO DE LA NUESTRA, LA QUE NOS UNE Y NOS AYUDA A VIVIR

Joao Nogueira abraça o grande Cartola



Não, ninguem faz samba só porque prefere
Força nenhuma no mundo interfere
Sobre o poder da criação
Não, não precisa se estar nem feliz nem aflito
Nem se refugiar em lugar mais bonito
Em busca da inspiração
Não, ela é uma luz que chega de repente
Com a rapidez de uma estrela cadente
Que acende a mente e o coração
É faz pensar que existe uma força maior que nos guia
Que está no ar
Bem no meio da noite ou no claro do dia
Chega a nos angustiar
E o poeta se deixa levar por essa magia
E o verso vem vindo e vem vindo uma melodia
E o povo começa a cantar, lá laia laiá
Lá lá laía laiá



ALCIONE:

No, nadie hace Samba porque la prefiere
ninguna fuerza del mundo interfiere
sobre el poder de la creación

No, no es preciso sentirse feliz o afligido
ni encontrar un refugio en lugares bonitos
buscando la inspiración

No, es una luz que llega de repente
con la rapidez de una estrella fugaz
y enciende la mente y el corazón

Y hace pensar
que existe una fuerza mayor que nos guía
que está en el aire
viene en medio de la noche
o a las claras del día 
nos llega a angustiar

Y el poeta se deja llevar por esa magia
va viniendo un verso, viene una melodía
y el pueblo comienza a cantar
la laraiá laiá laraiá
la laraiá laiá